No Feirão, que vai até 31 de março, existe a possibilidade de quitar as dívidas por até R$ 100
Da Redação | outrosquinhentos.com | São José dos Campos
18/03/2023 19h04
Apesar da melhora nos índices de inflação, o endividamento e a inadimplência das famílias brasileiras ainda estão alto no Brasil. São mais de 70 milhões de pessoas com o nome negativado, com um total de 252 milhões de dívidas ativas registradas, em janeiro.
Os dados são do Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa. Além disso, as famílias de baixa e média renda, que recebem até 10 salários-mínimos, estão entre as mais endividadas no percentual com mais dívidas em atraso. Diante disso, a Serasa acaba de dar início no tradicional Feirão Limpa Nome – que acontece até 31 de março.
Dessa vez, a iniciativa tem número recorde de parceiros: 425 instituições, entre bancos, empresas de telefonia, varejo, universidades e outros segmentos. A entidade promete oferecer descontos de até 99% no valor dos débitos.
Contudo, para a educadora financeira, Aline Soaper, o orçamento das famílias, em especial as de menor renda, segue apertado com nível de endividamento alto. Além disso, a especialista pontua que os juros ainda elevados pioram as despesas financeiras associadas às dívidas que já estão em andamento.
Um dado importante, que a especialista relembra é que o endividamento avançou entre as mulheres, como mostrou outra pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2022.
O estudo da CNC revelou que o cartão de crédito e o cheque especial foram as duas modalidades em que houve crescimento da proporção de mulheres endividadas. Segundo Soaper, o chamado “rotativo” no cartão de crédito é um dos grandes vilões do endividamento. Isso porque, ele é acionado quando o consumidor não paga a fatura até o vencimento.
“O número de mulheres que chefiam seus lares cresceu nos últimos anos. Além disso, esses dados corroboram com o cenário em que, muitas vezes, a renda das mulheres, chefes de família, não é suficiente para pagar as dívidas, e aí acabam tendo que recorrer ao cartão de crédito, por exemplo, até para fazer compras no supermercado. No primeiro semestre de 2022, a própria CNC já tinha apontado que uma porcentagem considerável dos brasileiros estava recorrendo ao cartão de crédito para compras de necessidades básicas, como alimentos e supermercados”, explica Aline Soaper.
Aline Soaper ressalta ainda que uma alternativa para quitar as dívidas é o Serasa Feirão Limpa Nome. “Em novembro de 2022, no último feirão, o Serasa fez cinco milhões de negociações. Esses feirões são uma oportunidade para as famílias endividadas conseguirem, por exemplo, até 99% de desconto na negociação das dívidas. Serão cerca de 365 milhões de ofertas de negociações, com possibilidade de quitar a dívida por até R$ 100. Algumas empresas ainda vão oferecer a oportunidade do participante quitar a sua dívida com o pagamento via PIX e ter o nome limpo na hora”, pontua Soaper.
Na hora de negociar, o que a educadora financeira recomenda: “ter um planejamento de pagamento das dívidas é essencial para conseguir se liberar do problema da forma correta. O que recomendo é seguir essa ordem de prioridades, para definir quais dívidas pagar. Primeiro as contas dos serviços essenciais, como água, luz, telefone, aluguel e condomínio. Isso porque, se não forem pagos, o consumidor pode ter seus serviços interrompidos e no caso do condomínio, sofrer uma ação de judicial. Em segundo lugar as dívidas de financiamento de imóveis e automóveis, porque podem ser retomados pela financeira, se a dívida não for paga ou renegociada. Em terceiro lugar, as dívidas de cartão de crédito e financiamento de lojas, que tem os juros mais altos”, explica Aline Soaper.
Aline Soaper também relembra outro ponto de atenção para quitar as dívidas: recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a apreensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e do passaporte de endividados inadimplentes.
Além disso, essas pessoas também podem ser barradas em concursos públicos. A retenção desses documentos não ocorre de forma automática. Ou seja, é necessário um processo judicial que cobre a dívida já na fase de execução (quando não existe mais debate a respeito do débito).
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