Mãe faz campanha por TV para filho com suspeita de autismo

Falta de atendimento pelo SUS retarda início do tratamento

por Leandra Vianna, para outrosquinhentos.com | Rio de Janeiro

Nas últimas semanas, Elaine Miranda, de 33 anos, moradora de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, mãe de quatro meninos, um deles, Gabriel, de três anos, com suspeita de autismo, causou comoção no Facebook ao fazer posts em grupos de doações, tentando conseguir uma TV para o filho.

“Outro dia, a TV dessas antigas caiu e parou de funcionar. Era tudo que acalmava o Biel”, lamenta a mãe.


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E no Maranhão, Marlucia e sua família perderam tudo num incêndio causado por um botijão de gás, no interior do estado.
Essas iniciativas, junto com a história da Marlucia e sua família, fazem parte das #CampanhasOutrosQuinhentos que você pode ajudar!

Elaine estava empregada no início da pandemia, recebendo em casa, metade do governo e outra metade da creche onde trabalhava, até outubro de 2020. Porém, com a volta do trabalho presencial, os empecilhos do isolamento social começaram a surgir.

“Meu meio de locomoção para o trabalho e casa era o BRT (em inglês: Bus Rapid Transit) superlotado. Saía de casa às quatro da manhã para voltar às 19h. Não tinha tempo com os meus pequenos nem principalmente com o meu de três anos, que segundo uma pediatra tem suspeita de autismo leve. Comecei a adoecer mentalmente, crise de ansiedade, depressão e síndrome do pânico, cheguei até a ter um princípio de infarto. Estava trabalhando 11h por dia. Antes, eu acordava às quatro da manhã, tomava aquele banho gelado e ia feliz para meu trabalho. Sabia que nada ia faltar aos meus filhos”, relata.

Diante desse quadro, Elaine Miranda precisou pedir demissão. E as dificuldades começaram a surgir. “Quando voltamos a trabalhar presencialmente, estávamos pagando banco de horas e me foi descontado. No total, recebi menos de 600 reais. Meu companheiro é pedreiro, estávamos separados. Voltamos, assim é alguém para pôr alguma coisa dentro de casa”, conta ela.

Até o momento, a jovem mãe ainda não conseguiu assistência médica pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para o pequeno Gabriel. “Há quase um ano estamos esperando a avaliação, já fui diversas vezes na Clínica da Família e eles alegam que não estão agendando por conta da pandemia. Ele não tem laudo e ainda não usa medicamentos”.

Se você trabalha na Secretaria Municipal ou Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro e pode ajudar para que Gabriel seja diagnosticado e comece o seu tratamento, faça contato pelo número informado no final desta matéria. Um neurologista pediátrico e um psiquiatra pediátrico que possam oferecer os seus serviços gratuitamente também são muito bem-vindos.

Além de Gabriel, com suspeita de autismo, Elaine ainda é mãe de um menino de oito anos com deficiência auditiva. Nossos leitores e seguidores podem usar sua empatia para colaborarem com essa causa.

“Graças a Deus, comida e essas coisas temos. Preciso mesmo de roupas para o Gabriel e para o meu outro filho de oito anos, que tem problema de audição. E pelo SUS nada se resolve. Paguei audiometria, otorrino”, revela desapontada.

Qualquer pessoa que possa ajudar, seja com a TV para o Gabriel ou com as consultas médicas, pode entrar em contato pelo Whatsapp: Elaine Miranda (21) 99113-5479.



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