“Virei o homem da casa”, diz menino de 11 anos que criou um brechó para ajudar mãe acidentada no Rio de Janeiro
por Leandra Vianna, para outrosquinhentos.com
Aconteceu em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em um dia comum, Ariana da Silva, de 36 anos, que trabalhava como zeladora em uma escola, foi atropelada na porta do trabalho, apenas três minutos após bater o ponto.
“O acidente foi três minutos após eu bater o ponto no trabalho, indo para casa. Um carro me pegou por trás. Tive dois dedos quebrados, perna quebrada em três partes, deslocamento do braço e várias escoriações”, relata a vítima.
Pandemia complicou situação financeira da família
Ariana é divorciada, mãe de dois filhos, Sara, de 15 anos, e Davi Gabriel, de 11. Vivia do seu trabalho, vendia salgados para complementar a renda, junto com a pensão alimentícia paga pelo ex-marido.
Porém, com a pandemia, o pai das crianças, que era lojista, faliu e não tem mais condições financeiras de ajudar a família.
“Depois da pandemia, a loja dele fechou, a vida dele virou de pernas pro ar. Então, não consegue pagar pensão”, conta a zeladora.
Diante da dificuldade, o filho caçula de Ariana, Davi Gabriel Moreira dos Santos, de apenas 11 anos, resolveu abrir um brechó para ajudar a pagar as contas da casa.
Já viu essa? Lançamos no nosso instagram e nas outras redes sociais uma Campanha para conseguir uma cadeira de rodas para a menina Renata, do Pernambuco. A vaquinha dela continua a todo vapor!
E mais: contamos aqui essa história também, você viu? Aos 23 anos, mãe solo cata papelão para criar três filhos também em Pernambuco.
E no Maranhão, Marlucia e sua família perderam tudo num incêndio causado por um botijão de gás, no interior do estado.
Essas iniciativas, junto com a história da Marlucia e sua família, fazem parte das #CampanhasOutrosQuinhentos que você pode ajudar!
“Minha mãe foi atropelada e tivemos que vender nossas coisas. Aí, eu tive essa ideia. As coisas que eu vendo vêm de doações. Minha mãe sempre foi muito boa pra mim. Isso que estou fazendo é retribuir”, conta o menino, que sonha ser chefe de cozinha.
Davi afirma que já consegue pagar as contas com o lucro do brechó. “Consigo pagar o aluguel de 300 reais, as compras do sacolão toda sexta e o pão toda manhã. Água e luz também”.
O Brechó do Davi já é um sucesso. “Ele tentou por duas vezes antes eu não aceitei, pois queria que ele só estudasse. Tinha vergonha. Mas, as coisas pioraram e muito. Na terceira vez que ele pediu, percebi que não tinha opção a não ser apoiar. Pois já tínhamos vendido 80% de tudo em casa. Depois de oito meses do acidente, esse foi o primeiro mês que consegui dormir em paz. No primeiro dia ele vendeu R$ 22,00. Ele chorou tanto! E disse: viu mãe, deu certo? Agora sou o homem da casa de verdade”, revela a mãe.
Orgulhoso, o pequeno empreendedor conta que se sente mesmo o chefe da família. “Eu fico muito feliz em poder ajudar, me sinto o homem da casa”.
Se você mora em São Gonçalo – RJ e quer doar peças para o estoque do Brechó do Davi, veja o endereço:
Rua Tenente Carlos Augusto, 178, Jardim Alcântara, São Gonçalo – RJ.