Primeiro Instituto de Educação na América Latina para migrantes e refugiados, Educação Sem Fronteiras completa um ano de atividades

Instituto Educação Sem Fronteiras se entrelaça com a própria memória da cidade de São Paulo. Sua sede é localizada ao lado do Mosteiro de São Bento, região do centro histórico da capital paulista, rodeado por povos de diferentes nacionalidades

Da Redação | outrosquinhentos.com | São Paulo

Fundado como um investimento social familiar, o Educação Sem Fronteiras é mantido pelo seu Fundador e Presidente, Adriano Abdo, como resposta ao aumento no fluxo de deslocamento forçado para o Brasil, e reconhecendo as potencialidades, inteligência social e o impacto que o apoio a essas pessoas representa para a sociedade brasileira como um todo.

“Até o final de dezembro de 2021, serão mais de 250 estudantes formados em nossos cursos. As palavras diversidade, inclusão, transformação e educação nos move, nos atravessa e nos orienta. O Instituto Educação Sem Fronteiras nasce com o objetivo de construir um mundo melhor a partir da garantia e democratização da educação para migrantes e refugiados. Acreditamos fortemente no potencial da educação, pois, como defende o patrono da educação brasileira, Paulo Freire, – a educação não muda o mundo, a educação muda pessoas e pessoas mudam o mundo.”, comenta Adriano Abdo.

O cadastro de pessoas no Instituto Educação Sem Fronteira é realizado através de formulário do Google Form, no qual são coletadas informações importantes sobre a população atendida que permite o mapeamento de suas demandas, necessidades e interesses. Todo o procedimento é realizado em cumprimento as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei n. 13.709, de 14 de agosto de 2018).

O fluxo de acolhimento e integração na ESF prevê além do cadastro, atendimento individualizado realizado pelos profissionais da instituição com a finalidade de apresentar seus serviços e ações, como ainda orientar e realizar encaminhamentos à população atendida para rede de serviços ao migrante e/ou refugiado no Brasil quando necessário. Entre os meses de janeiro e junho de 2021 foram registrados cerca de 692 cadastros de pessoas migrantes e/ou refugiadas no Instituto.

Entre os países de origem, foi verificado que 70,8% das pessoas migrantes cadastradas no ESF são oriundas da Venezuela. Destaca-se ainda o percentual de migrantes vindos do Haiti, com 8,8% e pessoas migrantes de Angola que representa 6,1% das pessoas cadastradas. O projeto atende 27 nacionalidades diferentes.

Os estados indicados como locais de residência foram: Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.

Apesar da região Sudeste se apresentar como a região que mais concentra pessoas migrantes e refugiadas, dentre aquelas cadastradas na ESF, houve um número significativos de inscrições vindas das regiões Norte e Sul do país.

A maioria das pessoas que se cadastraram no ESF (51%) possui ou está cursando nível superior. Entre estes, há aqueles ainda portadores de mestrado e doutorado. Já entre os que possuem Ensino Médio completo e incompleto correspondem a 40,6% e 3,4% respectivamente. As pessoas cadastradas com Ensino Fundamental correspondem a 5%. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, apenas 3% de todas as pessoas em situação de refúgio encontram-se atualmente no ensino superior.

Paralelamente, nota-se uma movimentação cada vez maior das instituições de ensino superior, sobretudo as públicas, para a institucionalização de vagas específicas para migrantes e refugiados, que podem ser acessadas por meio de vestibulares específicos, entrevistas e/ou pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Embora haja um avanço importante no que diz respeito a essas ações, ainda não há nenhum tipo de material didático e curso pré-vestibular para migrantes e refugiados que atenda às especificidades desses editais. É a partir desse diagnóstico que o ESF, de forma colaborativa, a primeira coleção de materiais didáticos de pré-vestibular para migrantes e refugiados.

São quatro livros e um material complementar que abordam as seguintes temáticas: Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências humanas e suas tecnologias, Ciências da natureza e suas tecnologias e Redação. Todos nossos materiais estarão disponíveis gratuitamente com livre acesso em nosso site

Os cursos de Português como Língua de Acolhimento possuem como objetivo o ensino da língua portuguesa orientado para a ação, reflexão e cidadania. A partir de uma metodologia própria, ao longo do curso, os nossos alunos desenvolvem competências linguísticas, culturais, sociais e políticas para lidar com diferentes tipos de situações – inclusive as mais vulneráveis – com autonomia.

Todas as turmas são certificadas por uma instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, que permite àqueles que assim desejarem, dar entrada no processo de naturalização. No segundo semestre de 2021, 80 estudantes serão atendidos nos cursos de português, divididos entre os níveis “básico”, “intermediário” e “avançado”, com carga horária de 36h cada nível.

Sobre a formação de professores

A primeira ação do Educação Sem Fronteiras foi a articulação de uma formação transdisciplinar que contemplasse questões de diferentes ordens, a partir das demandas de professoras/es e da população migrante, e que promovesse uma prática pedagógica cada vez mais crítico-reflexiva, decolonial e significativa, além de difundir a metodologia própria do nosso Instituto – resultado de pesquisas, práticas e expertises de nossos colaboradores.

O I Curso de Formação de Professores/as que atuam em contexto de migração e/ou refúgio foi realizado entre os dias 24 de abril e 26 de junho de 2021, com encontros semanais. Participaram, como formadores, mais de 25 professores especialistas que atuam como docentes em Universidades Públicas, sejam elas federais e municipais, como UNIFESP, UFMG, UFPR, UERR, UFOP, UFSCAR, UFSC, dentre outras. Na primeira edição do curso, foram formados 62 profissionais que atuam com migrantes e refugiados em instituições de ensino superior, na educação básica ou em organizações do terceiro setor.

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